quinta-feira, 25 de abril de 2013

10 motivos para nunca anunciar em um clube de compras coletivas


Texto tirado do blog de Vinicios Matos mais fala muito bem... CONFIRAM...


"O passaporte para o inferno: 10 motivos para nunca anunciar em um clube de compras coletivas
Em pleno domingão abro meu e-mail e me deparo com mais um anúncio de um fotógrafo em um grande clube de compras que desta vez concedia um desconto de 81% para os clientes que comprassem um dos seus books fotográficos aqui mesmo na minha querida Belo Horizonte. Detalhe, a sessão poderia ser externa ou em estúdio.
Quem já ouviu falar dos “clubes de compras coletivas”? Já existem mais de 1000 no país e eles funcionam mais ou menos assim: o site procura o fotógrafo que por sua vez fecha uma parceria e se compromete a conceder um mega desconto para quem adquirir um cupom para determinado serviço de fotografia com prazo determinado. A empresa então estabelece uma data de início e fim para a promoção, o desconto é dado e o fotógrafo vende muito, mas muito mesmo. Além disso ele consegue vários novos clientes.
Sim, esta é a realidade do mercado de compras coletivas. No entanto, por traz dela há armadilhas que o fotógrafo e qualquer outro prestador de serviço deve conhecer antes de tirar o passaporte para o inferno.

1. Um cliente que adquire um serviço nessas condições jamais o faria se o preço cheio fosse cobrado.
E o que isso tem a ver? Isso quer dizer que este cliente não faz parte do público do fotógrafo anunciante. Ele não se encantou pelo trabalho do fotógrafo e sim veio apenas por que estava praticamente de graça.
2. Preço não fideliza.
O cliente que adquiriu produtos em clube de compras não é fiel. Se ele voltar amanhã, provavelmente procurará o fotógrafo que estiver dando o maior desconto. Portanto, o fotógrafo que pensa que hoje deu desconto e não ganhou nada mas pretende ganhar no futuro com novos serviços para este mesmo cliente, desista. Ele não voltará.
3. Só fotógrafos mal sucedidos participam de clube de compras.
Eu nunca ouvi falar de caso de fotógrafos que participaram de clubes de compras e obtiveram êxito. Posso estar enganado mas se há algum, quero conhecer o GÊNIO. Aliás, há alguns que se arrependeram tremendamente pois o clube de compras bombou, em termos de números de clientes, mas por outro lado só serviu para catalisar problemas com clientes que reclamavam dos níveis dos serviços prestados pelo fotógrafo iludido que não tinha tempo nem de ir ao banheiro e muito, mas muito trabalho para entregar.
4. Clube de compras dá prejuízo.
De longe ele não paga nem o custo. Como é que um fotógrafo que trabalha de 12 a 15 horas em um ensaio, no mínimo, entre fotografia, contato com o cliente (emails/telefones), edição e pós produção pode cobrar R$ 29,00 por uma sessão? Deste valor ele embolsa apenas 20 reais já que é necessário pagar a comissão mínima do clube que é de 30%. Ele está cobrando R$1,33 centavos por uma hora de trabalho. Se ele trabalha 44 semanais ele receberá um salário de R$ 235,00/mês. Ele tem um estúdio e recebe um salário bem menor que o salário mínimo? Isso faz sentido? Será que eu estou ficando louco ou este cara fugiu da aula de matemática? Loucura…Loucura… Como diz o famoso apresentador de TV.
5. Clube de compras vicia.
Como ele gera uma receita inicial, o fotógrafo recebe uma bolada e acha que fez dinheiro. Na verdade um dinheiro na mão que poderá iludí-lo. Depois de um tempo chegam as contas para pagar, a maioria delas geradas pela própria promoção. Surge então a necessidade de se fazer mais caixa e uma parte dos anunciantes repete a promoção para aliviar a dor. A nova promoção funciona então como morfina administrada a um paciente no seu leito de morte. Alivia a dor, temporariamente, mas a morte é iminente.
6. O clube de compras estrangula o tempo do fotógrafo e prejudica seu fluxo de trabalho
Acontece assim: o fotógrafo da noite para dia passa a ter inúmeros clientes com os quais ele precisa entrar em contato, fotografar e editar. Ele passa a ter mais imagens para tratar e seus clientes lhe demandam muito mais tempo. Só que seu tempo é o mesmo. Ele não dilatou e as coisas passam a ser feitas na pressa, sem o mínimo controle de qualidade. Além disso ele é um profissional que recebe R$ 1,33 por hora. Ele precisa andar rápido com seus trabalhos por que logo logo ele vai lançar outra promoção. Ele precisa de dinheiro para sobreviver. A coisa tá preta.
7. Quem cobra tão pouco não tem qualidade.
De onde um fotógrafo, que cobra R$ 29,00 por um ensaio, tirará recursos para investir em seu negócio e sua carreira? Como um profissional como esse poderá investir no seu estúdio em em equipamentos de primeira linha? Quando poderá adquirir livros, ir a congressos ou participar de workshops? A resposta é simples, NUNCA. Não existe milagre, a qualidade é fruto de investimento e este por sua vez depende de dinheiro.
8. Quem cobra tão pouco seleciona o público que vai atender
Sei que há diversos níveis de fotógrafos e claro, da mesma forma há cliente de classes sociais diferentes. Sei também que nem todo cliente pode pagar um preço premium em um serviço fotográfico. No entanto, a questão aqui é bem mais complexa. Trata-se de lógica ou melhor da falta dela. É matematicamente inviável a sobrevivência de um profissional que anuncia em clubes de compras. Poucos possuem gordura para ser queimada a ponto de conseguirem se reerguer depois da paulada em seu fluxo de caixa após uma promoção como estas. O baque no negócio normalmente o quebra antes mesmo de se dar conta de que fez uma grande besteira. É como atravessar uma avenida movimentada e ser atropelado por uma carreta. Oi? Hein? Onde? Como? Vruuuuuuum. Já era!
9. Muitos clientes saem insatisfeitos com os clubes de compras
Basta fazer uma pesquisa rápida no Google e ver como tem gente “P” da vida com os serviços prestados ou por serviços que não foram prestados. A matemática é cruel. Se alguém cobra pouco por um serviço a ponto deste serviço mal ter seus custos pagos, provavelmente algo de muito ruim acontecerá. Ou o prestador não cumprirá com o acordado por falta de capital ou o serviço prestado será de baixíssima qualidade. Isso para mim faz mais que sentido!
10. O Clube de Compras só é bom para o Clube de Compras.
Se o fotógrafo paga para trabalhar e se a taxa de clientes insatisfeitos em um clube de compras é alta, o clube de compras só é bom para o próprio clube de compras. Um negócio perde-ganha. Perde o cliente, perde o fotógrafo e ganha o site. É justo isso?
Se você fotógrafo tem vontade de conhecer o inferno é muito simples. Comece fazendo uma promoção em um clube de compras e adquira a sua passagem, apenas de ida com direito a um abraço apertado no capeta.
Sem mais para o momento, desejo o sucesso aqui de todos. Mesmo daqueles que estão nos clubes de compras. A esses últimos fica um último conselho:

- Apertem os cintos e “boa” viagem!
* para toda regrá há exceções (gostaria muito de conhecê-las).
* a crítica diz respeito ao modelo do negócio praticado e não ao fotógrafo que participou da promoção.

QUEM GOSTOU POR FAVOR COMPARTILHE!"

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